.'.À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO.'.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

HISTÓRICO DA lOJA CAVALHEIROS SPARTANOS Nº85

 Entre 1925 e 1930 chegava a Juazeiro do Norte, um jovem de olhos firmes e feição séria, que vinha da capital da Paraíba, João Pessoa, onde trabalhava e estudava. Veio naturalmente atendendo o chamado de seu pai que exercia o cargo de Coletor Federal.
            Este jovem chamava-se José Fausto Guimarães, que trazia em sua bagagem o segredo da Arte Real adquirido na Loja Maçônica BRANCA DIAS da obediência do Grande Oriente do Brasil.
             Cauteloso, observador e consciente da filosofia maçônica, não transpareceu a ninguém que era um Pedreiro Livre. Seu pai logo tratou de apresentá-lo à sociedade juazeirense, e numa dessas visitas o jovem José Fausto conheceu os comerciantes Modesto Costa e Alfeu Alboim, únicos maçons residentes em Juazeiro.
            Em pouco tempo José Fausto foi convidado pelo Padre Cícero para ser seu secretário particular, pois na época o caldeirão político e religioso estava fervendo em todo o País, e o Padre Cícero era consultado nas decisões políticas do Estado e do País. Por esta razão, mantinha um secretário com o qual dialogava constantemente, tomando conhecimento das notícias dos jornais, ficando a par de todos os acontecimentos.
            Numa dessas conversas alongadas e informais, o Padre Cícero sentiu nas idéias políticas, sociais e filantrópicas do seu secretário, que o mesmo era conhecedor de uma filosofia milenar que só a maçonaria pregava. O padre inteligentemente alongou mais a conversa e deixou claro que não era contra a maçonaria, mas no momento fazia certas restrições, e não gostaria que naquele momento a maçonaria fixasse ou se desenvolvesse em Juazeiro do Norte.
            José Fausto entendeu a mensagem e em seguida convidou Modesto Costa e Alfeu Alboim, que já vinham com o ideal de fundar uma loja, para comunicar-lhes o fato.
             Desse encontro ficou acertado que a idéia ficaria adormecida e passaram de imediato à fundação da loja na vizinha cidade do Crato, onde também já existiam alguns maçons, entre eles o representante das máquinas Singer o Sr. José Barbosa da Costa Filho, que participava dos trabalhos das Lojas de Fortaleza com certa freqüência, em função do seu comércio.
            As articulações foram rápidas e precisas. Poucos dias depois, José Barbosa foi a Fortaleza e expôs ao líder maçônico José Ramos Torres de Melo, delegado no Ceará do Grande Oriente do Brasil, o desejo dos maçons de Juazeiro e Crato, e no final do ano de 1933, chegava ao Crato uma comitiva capitaneada por Torres de Melo e em reunião histórica fundaram um Triângulo Maçônico que logo depois se transformou na Loja DEUS E AMOR, sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil.
            No dia 20 de julho de 1934 a cidade de Juazeiro acorda chorando pela morte do seu fundador e líder espiritual, o Padre Cícero Romão Batista. Naquela época seus adversários achavam que também morreria junto, a cidade de Juazeiro com seu fanatismo religioso. E ao contrário dos maus profetas, a cidade começou a receber romeiros, e se transformou no que é hoje.
            No ano seguinte no mês de março, Juazeiro recebe a visita do delegado Torres de Melo, onde fez uma reunião com representantes do Crato e de Fortaleza que o acompanhavam. Nessa oportunidade Torres de Melo fez um comentário falando da necessidade de se fazer no Ceará um grão-mestrado do Grande Oriente do Brasil, mas para isto precisaria que no Ceará funcionasse 20 Lojas, e propôs a fundação de uma loja em Juazeiro, que já contava com os maçons: José Fausto Guimarães, Modesto Costa, Alfeu Alboim, Antonio Mariano, José Landim, Emídio Cabral, Ladislau de Arruda Campos e Lauro Cabral, iniciados na Loja Deus e Amor, na cidade do Crato.
            O compromisso assumido com o Padre Cícero já não existia em virtude de seu falecimento, e foi neste momento escolhido o dia 7 de Setembro de 1935 a Fundação da LOJA MAÇÔNICA CAVALHEIROS SPARTANOS, também sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil, e com o Rito Escocês Antigo e Aceito.
            A solenidade foi dirigida pelo delegado Ir:. Torres de Melo, que na mesma noite fez várias iniciações, e esclarecendo aos maçons presentes, que mesmo com a fundação da Cavalheiros Spartanos não era possível instalar o grão-mestrado no Ceará, pois o número de lojas ainda não era suficientes. O problema foi levantado e fundou mais duas Lojas nesta mesma reunião, uma em Crato e outra em Juazeiro. No Crato fundaram a Loja Renascença do Cariri e em Juazeiro a Loja Evolução Nordestina que decorrido um mês, ou seja, no dia 8 de outubro de 1935 nasciam para aumentar a família maçônica caririense e cearense com a criação do grão-mestrado.

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